RESENHA – YESTERDAY

Diante de tempos em que muitos da nova geração, infelizmente não conheceram os Beatles, outros nunca deram o devido valor a quem são, YESTERDAY veio a calhar e caiu como uma luva, pra mandar uma linda mensagem, não só para quem é fã, mas pro mundo alienado em que vivemos atualmente.

O que ocorre nesta fábula, é que todas as pessoas, após um apagão de 12 segundos na Terra inteira, eliminaram da sua memória que existiu um grupo chamado The Beatles. também desapareceram, a Coca Cola e outras coisas que faziam parte aditiva da vida cotidiana, o começo é impagável, deixando claro o que ocorrerá no universo se as pessoas escutarem pela primeira vez, obras musicais, que são hinos mundiais interpretadas por um músico de rua e sem sucesso, como Yesterday, The Long and Winding Road, A Hard Day’s Night, Let It Be, Something, Help!, Hey Jude e outras inesgotáveis obras de arte.

O roteiro descreve com graça a vida desse divertido impostor e sua dificuldade de recordar todas as letras dos Beatles e todo marketing que gira em sua volta, tudo muda repentinamente, de perdedor a astro, o diretor criou uma obra de comédia leve, eu diria até, água com açúcar, para que o grande público saia com expressão feliz, tanto pela obra em si, como com uma trilha musical impecável, um deleite para quem viveu Beatles, arrisco dizer que esse filme, tão bem elaborado e trabalhado, traga alguma estatueta, quem sabe até de melhor filme, por toda sua criação e inovação, coisa q a tempos não vemos no cinema.

O longa não tem estrelas carimbadas atuando, mas atores e atrizes muito normais e que funcionam muito bem, convencem, a grande sacada é o músico Ed Sheeran interpretando a si mesmo, divertido e mostrando seu reconhecimento diante de suas musicas serem tão minusculas, perto das que canta o artista que o acompanha.

A narrativa é muito divertida, até pra quem não gosta de comédia, como eu, vai gostar de como um drama lúdico, pode ser criado de uma forma alegre e extremamente inteligente, com humor britânico do início ao fim, inserindo situações e diálogos inesperados que divertem sem o menor esforço.

Outro ponto alto, é a belíssima fotografia, que mescla sequências no campo e na cidade com o igualmente belo trabalho com figurino e cores, vívidas como os anos 70, tudo minunciosamente bem mostrado, e claro, todas as surpresas que o longa nos mostra, até o desfecho, mesmo que ja esperado por todos, mas também construido de uma forma bem gostosa de ver, e acreditem, um personagem “oculto” e muito bem guardado para o “gran finale” da obra, faz toda diferença para abrilhantar ainda mais a cena final do filme.

Uma ótima criação, que não deve ter méritos somente pelos clássicos musicais apresentados, pois o filme não apela pra esse ponto, mas pelo conjunto da obra num geral, tudo se encaixa perfeitamente para um lindo e criativo filme de drama/comedia/musical.

Borba Martini – Critico de Cinema e Teatro

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