RESENHA – VIDRO

 

Parece que a essência de quase 20 anos depois de CORPO FECHADO, não mudou absolutamente nada pela visão do diretor de VIDRO, um filme de quadrinhos com total sentimento e acima de tudo, humano, difícil dizer em que categoria se enquadra, salvo FRAGMENTADO, que trouxe um pouco a linha do terror e suspense psicológico, o desfecho talvez seja da categoria extraordinário.
De cara o filme mostra a que veio, não só pra unir as três pontas, mas pra contar paralelamente cada história num curto espaço de tempo e mostrar o quanto todas fazem parte de uma só, quem poderia acreditar que em 2000, o inicio de tudo com CORPO FECHADO, um dia traria um desfecho tão mirabolante e absurdo como o de VIDRO.
A condução do longa, tanto pela direção, visão do cineasta e desse trio fabuloso dos protagonistas, são formidáveis, meticulosamente bem construído, passo a passo, mostra toda coerência na ligação dos personagens, cada um roubando a cena a seu modo, ninguém é menos ou mais, todos são de extrema importância pra desatar os nós da trama,o suspense fica por conta de Mr. Glass (Samuel L. Jackson), o drama com de David Dunn (Bruce Willis) e o terror com o nome forte de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy).

Cada atuação é impecável, convincente e com seu drama pessoal que faz com que o longa gire como um caracol incansável, sem cansar os olhos do espectador, a fim de demonstrar cada sentimento humano dentro de cada alterego ou super-herói que cada um vive.
Grande parte do filme se passa dentro do hospital psiquiátrico no qual Kevin e David são internados, e o mais interessante é a ordem cronológica qie se passa, alguns dias depois dos atos de FRAGMENTADO e quinze anos depois do acidente de trem de CORPO FECHADO, porém Mr. GLASS já está la a mais de uma década, e esse é o personagem chave pra que tudo tome forma.

As tomadas de câmera são perfeitas, com muito em primeira pessoa e os cortes dão toda a ambientação ao filme, seguido de uma narrativa honesta, principalmente da doutora que cuida dos três ao mesmo tempo, que conduz perfeitamente a união de todos, vivida por Sarah Paulson de forma simples e objetiva.

A trilha sonora e fotografia dão liga a todo contexto, deixando tudo ainda melhor e mais dramático, trazendo toda duvida que cada sequência quer mostrar e mostrando um ambiente desequilibrado e cheio de dúvidas ao espectador se de fato os personagens são ou não reais, ou se tudo é somente história em quadrinhos sendo retratado por seres humanos, essa e a maior sacada do longa, a duvida que permanece até as ultimas cenas com aquele desfecho impecável e que não poderia ser melhor.

Mc.Voy é um monstro, com seus 24 personagens ativos o tempo todo, da um show de interpretação mais uma vez, dispensa comentários, Bruce é o que estamos acostumados a ver, não vai além, mas também é um mestre de atuação, já Samuel L. Jackson, esse sim é o cara do filme, como se fosse o roteirista do filme, vai tomando forma e saindo do nada pra se mostrar que sem ele, não tem história, personagem genial na pele de um dos maiores atores dos ultimos tempos, de fato ele merece o nome que o filme carrega.

VIDRO mostra da forma mais sincera e direta, uma história de pessoas extraordinárias e comuns, sob a construção de uma mente brilhante de um cineasta, dando vida e poderes a humanos que acreditam naquilo que podem ser, um filme brilhante com desfecho impecável.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

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