RESENHA – ROCKETMAN

 

Então já que entramos na era das vídeo-biografias, que continuem assim, emocionantes e bem trabalhadas, ROCKETMAN é um deleite para fãs do grande e espalhafatoso showman, ELTON JOHN, bem diferente de BOHEMIAN RAPSODY, mas seguindo a mesma linha, o drama vivido pelo protagonista, mas que nesse longa, vem num formato completamente novo e colorido, mostrando de uma forma lúdica, os problemas vividos com um pai homofóbico, uma mãe desvirtuada, uma infância difícil, a descoberta da homossexualidade e seu envolvimento com seu produtor que é o vilão da história, ROCKETMAN entrega aos espectadores um drama musicado esplêndido.

A direção é magistral, torna o drama, uma história leve, emocionante e bonita de se assistir, com uma narrativa em sua grande parte, musicada, cantada e dançada, com coreografias minunciosamente detalhadas e muitíssimo bem trabalhadas, reproduções de clipes totalmente convincentes e uma potência de atuação, canto e dança do versátil ator britânico Taron Egerton, de KINGSMAN, que dá vida a ELTON, os trejeitos, a luz que transforma os dois, homogeneamente em um só, tudo no fino trato.

O roteiro nos mostra de forma mágica, um homem narrando seus problemas de dentro de uma clinica de reabilitação, um drogado, alcoólatra, viciado em sexo, remédios, compras, e que joga no colo do espectador, um emaranhado musical de cenas que vão montando todo quebra cabeças de sua historia, entre uma alucinação e outra, um show e outro, da ascensão a queda, a vida se passa desde sua internação a sua cura e retorno aos palcos, tudo regado por muita musica, diante de uma produção extremamente colorida com o ponto mais alto, o figurino, tudo feito com riqueza de detalhes.

A trilha sonora dispensa qualquer comentário, é só mais um dos diversos detalhes que só enriquecem o filme, novamente com uma interpretação incrível do ator, e toda sua genialidade.

Temos aqui a frustração como principal fonte da criação artística junto da romantização
em que artista é percebido como diferente e excêntrico, cujo seu talento representa uma recompensa às dores que vive, buscando seus prazeres na droga, álcool, sexo, etc, tudo por conta das carências afetivas, junto de todo esse drama, o diretor entrega uma história vibrante e cheia de energia e com uma estética bem apropriada a mensagem.

ROCKETMAN é um filme exagerado e com requintes new age e cafona, assim como foi Elton no início da carreira, tudo isso abraça a fantasia, aquele ser humano, extra humano e diferente dos demais.

O longa também trás alguns clichês comuns em roteiros cinebiograficos, com diálogos enriquecedores e muitas frases de efeito, um esforço notável para transmitir a sexualidade em multi facetas sem demonstrar vergonha da orientação de Elton John, num geral, o filme não tem um estilo subversivo, porém é bem ousado em sua construção.

Um ótimo drama musical pra curtir nas telonas, mais uma cine-biografia totalmente assertiva e rica.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

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