RESENHA – RAMBO, ATÉ O FIM.

 

Depois de quase 40 anos do primeiro filme da saga, eis que parece, que definitivamente, RAMBO chegou ao fim, só parece, pelo menos é o que o que o nome sugere.

Totalmente distante das selvas, agora John Rambo assume-se como pai de família em seu rancho no Arizona, onde se tornou um homem pacato, desde seu retorno diante da cena final do ultimo filme, mas esse novo longa tem as mesmas características do anterior, se tratando de uma história de resgate e vingança, todos sabemos que Stallone tem suas limitações com áreas dramáticas e emotivas, como ator, baseado nisso, diretores usam muito mais a figura e o nome para alavancar suas produções, com o novo RAMBO, não é diferente, é um filme raso para os dias atuais, porém, para os fãs, é RAMBO, carregando todas as suas características até hoje e tudo que envolve esse clássico personagem, e toda a bagagem que ele carrega, tem que ser respeitado diante de toda história envolvida ao longo desses quase 40 anos de vida, diante disso, Stallone entrega uma atuação competente na pele de um homem amargurado em busca de paz, e que tenta viver longe da guerra, mas a carrega em sua vida como um fantasma.

O filme tem força nos diálogos familiares, na construção de tudo que envolve sua filha-sobrinha, até o momento chave, onde são inseridos os antagonistas, se passando em grande parte, no México e toda trama de sequestro, prostituição, drogas e tráfico de humanos, que é onde o filme gira, até aí, tudo caminha bem com o roteiro.

A grande falha nesse longa, é a necessidade de mostrar diversos flashbacks do passado do veterano de guerra e sua consciência martelando como tortura psicológica, o que se torna extremamente redundante e excessivo, daí pra frente, la se vão as narrativas e começa a construção violenta do filme, de forma acelerada, RAMBO, constrói seu arsenal de guerra para lutar contra o cartel mexicano, é aí que o filme parece curto, mesmo que todas as cenas de violência desenfreada, sejam bem elaboradas, elas passam muito rápido diante de tudo que se foi construído, o filme chega parecer exatamente com nossos longas dos anos 80, com uma hora e meia de produção.

Se os mexicanos são todos violentos, RAMBO é RAMBO, que com a ajuda de uma jornalista, que aparece somente para amarrar a história, tem um curto papel importante, mas de característica frágil.

RAMBO, adquiriu como principal característica, a partir do ultimo longa, a necessidade de causar dor ao seu inimigo, mostrando isso em cenas de lutas e mortes, de varias formas, como isso é possível e pesado, com cenas que chegam ao cúmulo do “gore”, dá pra ver isso, logo no seu primeiro embate, e segue assim até o final, diante de explosões, marteladas, cortes de membros com seu famoso facão e claro, as melhores cenas ficam guardadas para seu eterno amigo Arco e Flecha, que nos mostra o porque essa característica de causar tanta dor física ao seu oponente, e é de fato o auge da concepção.

O longa se encerra de maneira vaga, diante de um monólogo e um pequeno flash nos créditos, de forma dúbia, e que pode trazer uma possível nova produção, que na minha humilde opinião, seria um fiasco, pois dentro dessa saga, não existe mais nada a dizer ou mostrar, nem tão pouco a se criar, visto isso já nesse filme que passa bem longe de ser o melhor de toda a franquia, mas em se tratando de RAMBO, é um bom entretenimento.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

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