RESENHA – OS 3 INFERNAIS

No inicio dos anos 2000, Rob Zombie começou sua carreira como diretor, com A Casa dos Mil Corpos, e apesar de não agradar tanto e nem a todos os gostos, Rob vem mostrando notável evolução como cineasta ao longo de quase duas décadas. A saga da Família Firefly, do primeiro filme, logo veio Rejeitados pelo Diabo e agora com Os 3 Infernais, tudo cresceu muito ao longo do tempo, e esse novo longa, da até pra dizer que está com uma produção e direção, dignas de Tarantino, soa como Assassinos por Natureza.

O inicio mostra os assassinos Capitão Spaulding (Sid Haig), Otis Driftwood (Bill Moseley) e Baby (Sheri Moon Zombie) após sobreviverem milagrosamente à troca de tiros com a polícia ao final do longa anterior, Zombie aborda o fascínio que muitas pessoas tem diante de serial killers, mostrando de forma ambígua, como o sistema prisional pode mudar a ordem dos fatores, quando e como quiser.

A forma em como é rodado o longa, é passada como um documentário, bem realista, se fundindo com o atual, tudo num hoque da violência provocada pelo grupo de assassinos e a natureza simples e objetiva, de forma, mesmo que pesada, acaba por simpatizar o espectador com os vilões.

Cada atuação tem seu brilho, com uma estrela a mais pra personagem Baby, que rouba a cena a cada ação que participa, fora a beleza que esbanja, para uma assassina que viveu anos presa, a personagem adota um estilo totalmente Harley Queen, porém com mais qualidade de atuação.

Rob Zombie nunca economiza nos atos de violência, pelo contrario, usa de requintes de crueldade, dando ênfase a cada tiro ou golpe de faca, e com esse elenco ímpar, com frases de efeito, momentos de reflexão, extremamente psicóticos e além de tudo, mantendo um humor que dá todo up no filme.

A produção ainda presta respeitos à Sid Haig, intérprete do Captain Spaulding que faleceu em setembro, numa cena que o trio discute a ausência do palhaço assassino, afirmando como ele estaria se divertindo se estivesse com eles. Considerando que o filme saiu dias antes de sua morte, soa como um belo tributo, isso só mostra o quanto Zombie é habilidoso e bem intencionado.

É mais uma boa obra de Zombie, lincando aos seus dois filmes anteriores, um desfecho mais atualizado, que na verdade, o espectador nem precisa ver os anteriores, por conta de Os 3 Infernais, acabar por ser um filme isolado e com seu próprio roteiro e história, recomendado para quem curte filmes LADO B.

Borba Martini – Crítico de Cinema e Teatro

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