RESENHA – CREED II

Pra quem gostou do primeiro, pode ir sem dúvida sobre o segundo, mas não vá esperando uma pancadaria desenfreada, porque o filme é muito mais do que isso, CREED II junta toda a história em que Rocky Balboa lutou nos rings para vencer suas lutas, com a história de Adonis Creed lutando pra vencer suas maiores dificuldades, é uma filme exrremamente humanizado e que foge à regra do anterior, mas que carrega todo peso do inicio, agora com uma nova roupagem.

A força que Balboa carrega nesse filme é pra deixar qualquer 80tista com lágrimas nos olhos, tamanha é a habilidade em que Stallone têm de conduzir a narrativa com frases de efeito e que marcaram e ainda marcam época, é de uma facilidade de mover cada personagem nos seus respectivos tempo e espaço, o que não tira os méritos de M.B. Jordan que é absurdamente bom no que se propôs a fazer nos dois filmes, o cara é de fato, muito bom, convence com louvor.

O filme gira em torno dos conflitos internos de Creed, preso ao passado e a morte do pai, ele se perde na sede de vingança, ai entra o frio e maniqueista Ivan Drago, que agora tem sua própria máquina de bater, seu filho, que por sua vez, como o pai, não tem expressão, quanto menos, texto, mas D. Lundgren dita as regras, que também preso ao passado de sua derrota para Balboa, pensa na mesma vingança usando a força fisica do seu filho boxeador do submundo.

O filme ainda conta com Thessa Thompson, Bianca, agora grávida e que trás uma reviravolta na vida de Creed, fazendo com que o filme tenha um antes e depois das duas lutas principais.

Claro que é inevitável o combate final com o desfecho óbvio, no qual todo espectador espera ver, mas a condução até ele é que faz toda diferença, mostrando o passo a passo rico em detalhes e aprofundado no sofrimento e conflitos pessoais de cada personagem, e principalmemte o de Creed.

A sacada desse filme fica por conta da direção que se preocupa com cada detalhe daquilo que queremos ver, os treinos, as tomadas de câmera e trilha que valorizam cada jab, cada punch, cada gota de suor em foco a cada treino, colocando em pauta toda dificuldade sentida, que passa com maestria pro público, capaz de manter a tensão e respiração ofegante do espectador que luta junto com o protagonista.

Diferente de Rocky IV onde o patriotismo gritava na tela, em Creed 2, isso é só um detalhe, aqui a missão é outra, ambos tem como herança, ou a sede de vingança ou a ausência de identidade. Tanto Viktor quanto Adonis são vítimas de suas próprias histórias, tornando gradativamente mais visível o estilo robotizado que Drago expressa, trazendo muito do personagem do pai, o Drago de 1985, e o desespero interno de Creed, o que fica bem longe de ser um clichê, com isso, tudo vai tomando forma do lado dos antagonistas e por incrivel que pareça, mostra também o lado humano de Ivan e Viktor, mostrando que não foi so Creed e Rocky que perderam partes e pessoas importantes de suas vidas, essa brincadeira entre direção e narrativa é um cruzado de direita no estômago do espectador, soa muito bem e inusitado.Creed II é a mais pura nostalgia, e uma grande homenagem ao clássico que originou esse gênero de filme, reaproveitando a trama já conhecida, cria raízes e fortalece a forma sensível de se construir um filme de heróis e vilões, que se tornam apenas humanos em meio a golpes duros no ringue, são vulneráveis e por fim mostram que nem tudo na vida e resolvido na força bruta.

Um ótimo filme, com ótima construção e direção, narrativa impecável e com uma trilha sonora na medida certa, principalmente na sua fase final, chega arrepiar qualquer saudosista de plantão.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

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