RESENHA – CEMITÉRIO MALDITO

 

Depois de 30 anos, o clássico de Stephen King está de volta as telas, numa adaptação quase que fiel ao original, não fossem algumas mudanças para tirar o foco dp terror original, mas mostrar o lado mais humano da familia Creed dianta da não aceitação da perda.

A velha e icônica frase do clássico de King se faz presente nesse novo longa, “Ás vezes, morto é melhor”, de uma forma mais reflexiva, mostra de fato o que o filme apresenta.

Podemos observar como a mesma narrativa teve a possibilidade de crescer ao longo desses 30 anos de diferença, como as atuações são postas de forma limpa e com mais veracidade, tendo uma nova construção e repaginando a história e dando ainda mais ênfase ao cemitério e mostrando o que de fato ele tem de bom e ruim, dividindo-o em duaals fases.

No original havia o excesso de terror a lá King, ja no atual de 2019 existe o cuidado em não extrapolar os limites e trazer sustos na medida certa diante de uma ambientação densa e com uma fotografia muito bem elaborada, equilibrando, assim, o terror psicológico com jump scares em menor número do que o esperado, isso talvez possa vir a surpreender os fãs do clássico, pois o atual trabalha muito mais esse lado do psicológica mesmo, o que não deixa a desejar em nada, por tudo ser muito bem executado dentro de uma objetividade que perturbadora, principalmente vista da visão do pai.

A atmosfera do longa é bem carregada, dando desde o início onde o ambiente ja é mostrado, a sensação de que o perigo é iminente, tudo isso muito bem trabalhado diante da narrativa que leva o espectador ao ponto X da questão, lidar com o assunto “Morte”, vividos na pela do Pai, o médico cético e a mãe, que nunca aprendeu a lidar com a morte da irmã e acredita na vida após a morte, toda a narrativa é importante pra preparar o espectador para entrar no clima e emergir no assunto a partir do momento em que o gato Church morre e é ressucitado, esse personagem segue a linha do clássico, amarrando toda a questão que envolve o filme, participando de cada corte de cena ou morte propriamente dita.

Além disso, ainda existe o personagem do pequeno Gage, o filho menor que até poderia ser um personagem secundário nesta versão, mas não, ele acaba sendo uma homenagem singela que trás a boa lembrança do filme original, tavez essa seja a grande sacada desse longa.

Existe uma questão a ser colocada, mesmo que esse cemitério ainda lembre muito o original, a real história está alem dele, do outro lado que só é mostrado da metade pra frente, é aí que mora o perigo, ou problema, técnico na verdade, o excesso de CGI impossibilita identificar como é o local do pós morte, de dificil acesso, mas facil chegar, mesmo que carregando muito peso, numa montanha onde os corpos humanos podem ser enterrados, mas os closes dados ao lago que precisa ser atravessado são muito próximos, onde a terra é podre e seca, lugar alto e frio, isso acaba tornando as coisas um pouco embaralhadas, principalmente com o pequeno link da procissão feita por uma familia mascarada, onde abrange ainda mais as dúvidas de como e Porque estariam ali, uma cena importante, mas que não contextualiza absolutamente nada e os efeitos visuais acabam tirando o foco daquilo que poderia ter sido melhor explorado para um melhor entendimento do espectador, uma falha grave do filme.

Cemitério Maldito 2019 tem uma narrativa próxima da história original e ainda assim consegue incluir cenas inesperadas e impactantes, exceto a cena da morte da filha, que poderia ser mais detalhada, mas deixa a desejar, porém o encerramento silencioso e perturbador, destaca o fato do medo da perda, e a inversão dos papéis, onde “pra tudo tem jeito, até pra morte”, mesmo que da forma mais bizarra, sendo assim, a clássica frase do original , “Às vezes, morto é melhor”, se torna bem mais apropriada.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

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