Batam palmas para o Brasil, que cada vez mais, vem melhorando, no que se diz respeito a fazer filmes em que tratam uma história com veracidade, CARCEREIROS traz muito de CARANDIRU, no formato, porém, com uma história vista do outro lado, baseado no livro de Dráuzio Varela, CARCEREIROS é tenso na medida certa.

O Roteiro tem sua simplicidade, uma cadeia tomada, de fora pra dentro, onde ninguem sabe quem é mais vilão, se quem tomou, se cada facção dentro dela, se a própria polícia, fato é que, independente desse jogo de adivinhação que o espectador tenta achar a resposta, ela só vem nos minutos finais, é o segredo desse bom suspense de ação, muito bem bolado e amarrado.

O filme fica mais restrito a ação, o diretor não aborda as diferenças socias que envolvem carcereiros e presidiários, o foco aqui é outro, aproveitando bem o protagonismo absoluto de Rodrigo Lombardi, o tratamento dps personagens também não deixam a desejar, as cenas de embates entre policia e ladrão, presos de facções rivais, tem boas sequências, otimas tomadas de câmera.

O filme tem seu teor político, a partir dp momento em que um terrorista, vivido por Kaysar, é inserido na questão, o que faz abranger mais o roteiro, e a partir daí, é que tudo se desenrola.

A trilha sonora ajuda a trazer mais tensão ao clima construído, a fotografia é aquilo que o espectador ja conhece dentro desse segmento, fria, escura, a ação é múltipla, acontecendo em vários setores ao mesmo tempo, muitas vezes, filmadas em primeira pessoa.

CARCEREIROS é um bom filme, rápido, e que apesar da não abordar com abrangência o assunto, Sistema Carcerário e sua precariedade, trata de mostrar um acontecimento isolado, envolvendo um todo, dentro e fora do presídio, vale a pena prestigiar esse longa nacional.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro