RESENHA – AD ASTRA, RUMO ÀS ESTRELAS

Mais uma jornada interplanetária que retrata o ser humano que vaga na imensidão do espaço sideral em busca de dar um sentido às ações humanas e trabalhar a temática do existencial, mostrando que o homem tem seu lugar perfeito para encontrar o seu verdadeiro eu.

Seguindo a linha de INTERESTELAR, e a relação entre um pai e sua filha, e todo amor que os envolve, GRAVIDADE , que trabalha o instinto humano de sobrevivência e autopreservação, AD ASTRA relata o impacto do abandono de um pai, ferindo toda a vida de um filho, Roy McBride (Brad Pitt).

Num filme frio, entre protagonista e público, retrata de forma crua o processo de Roy e todo seu sofrimento e sua distância de Eve (Liv Tyler), que está só de passagem nesse longa, com pouquíssima atuação, o que a deixa totalmente fora de foco, porém, o foco é mostrar Roy divagando sobre sua própria solidão, como num monólogo, as narrativas são extremamente arrastadas e cansativas.

O protagonista é extremamente mecânico, seja nas cenas em que expressa seus sentimentos, como nas que tem seus momentos de estresse, por conta dessa característica quase robótica do personagem, fica um pouco difícil saber qual o real intuito de sua saga, em contra ponto, existe o tempo todo a narração em off, trazendo a clareza de seus atos e o porque da sua busca, tal narração, ou a voz da sua consciência, está presente até nas cenas de maior impacto, que são poucas.

A fotografia, como em grande parte desses filmes de ficção científica, é linda, lúdica, mesmo que pareça ainda, que o filme foi rodado dentro de uma bomba de vácuo, devido a sua sonoridade, por vezes, apresentada como se o espectador estivesse de fato dentro de uma caixa acústica, mas há também uma bela trilha sonora, daquelas que fazem nos lembrarmos de CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU, talvez, isso que acabe por abrilhantar o filme.

O longa é uma grande mensagem de como devemos pensar ou reagir diante dos fatos nos quais vivemos e todos os acontecimentos da vida, a mensagem do existencialismo impera, dentro de todas as suas crises.

O filme também mostra o quanto o ser humano já está extremamente desenvolvido, prova disso é quando a Lua, e como ela é mostrada, totalmente colonizada por humanos, inclusive com lojas de conveniência e tudo que há direito, até piratas do “asfalto”.

A fotografia é bem elaborada, mas que não foge de tudo que já conhecemos, como Marte, por exemplo, e toda sua fotografia em sépia, Netuno já em tons azulados e muitas cenas corridas e embaçadas, se fundem a todo projeto de filmagem.

Mais um filme que não traz novidades naquilo que se diz respeito ao tema sugerido, cansativo e bem arrastado no que se propõe em mostrar ao público, mas nos entrega uma boa mensagem.

Borba Martini – Critico de Cinema & Teatro

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Ajude-nos a manter nosso conteúdo gratuito

O dinheiro que recebemos quando mostramos anúncios nos ajuda a produzir conteúdo e levar informação confiável para você