
Humorista Léo Lins foi condenado à prisão por 8 anos, por piadas em seu show “Perturbador” divulgado também no youtube com milhares de acessos.
A decisão foi tomada após o Ministério Público Federal ingressar com uma ação contra o comediante por conta de piadas consideradas ofensivas, feitas em seu especial de comédia “Perturbador”, que havia sido publicado no YouTube e alcançado cerca de três milhões de visualizações.
Segundo a denúncia, o conteúdo promovia estigmas e ofensas direcionadas a pessoas com deficiência, indígenas, negros e outros grupos socialmente vulneráveis. A Justiça entendeu que, embora se trate de um espetáculo de humor, as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e configuraram discurso discriminatório.

Além da pena criminal, Léo Lins também foi alvo de sanções cíveis. Em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, o humorista teve R$ 300 mil bloqueados de suas contas, seus perfis nas redes sociais suspensos por 90 dias e foi proibido de publicar qualquer conteúdo que humilhe ou deprecie minorias. O vídeo do especial foi retirado do ar por determinação judicial.
Em resposta, Léo Lins alegou estar sendo vítima de censura e afirmou que sua condenação representa um ataque à liberdade artística. O humorista declarou que continuará defendendo o humor como ferramenta de crítica social e que recorrerá da decisão.
O caso reacende o debate público sobre os limites entre o humor e o respeito aos direitos humanos. Enquanto parte da sociedade defende a liberdade de expressão como princípio inviolável, outros alertam para o impacto social de piadas que perpetuam estigmas e reforçam preconceitos. A condenação de Léo Lins marca um momento emblemático na discussão sobre responsabilidade e ética no humor brasileiro.