A indústria brasileira de festas de formatura, setor que movimenta aproximadamente R$ 7 bilhões por ano e é formado por mais de 1,5 mil empresas – a maior parte de pequeno e médio portes –, está empenhada em dar um salto de qualidade na forma como se relaciona com a sociedade em geral. Um passo importante nesse sentido foi a realização da primeira edição da Convenção Nacional de Formaturas, nos dias 23 e 24 de maio, em São Paulo, promovida pela Associação Brasileira das Empresas de Formatura e Afins (Abeform).
Organizado com o objetivo de discutir as questões consideradas mais complexas para um número expressivo de empresas do segmento, o evento mesclou a apresentação de iniciativas que a Associação está desenvolvendo e resultados efetivos obtidos ao longo dos últimos anos. As estimativas são de que mais de 150 empresários e profissionais que atuam na área acompanharam as palestras.
No primeiro dia da Convenção, por exemplo, o presidente da Abeform, André Biazzo; juntamente com Doreni Caramori, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), destacaram os benefícios concretos após a promulgação da Lei nº 14.148/2021, que criou o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE). O programa garante a desoneração de uma série de tributos federais para que as empresas possam se recuperar das perdas provocadas durante o período em que festas e eventos foram suspensos. As duas associações atuaram fortemente no Congresso Nacional desde a formulação do Projeto de Lei.
Em relação ao propósito das articulações na esfera legislativa, Biazzo adiantou que a Abeform está em contato com deputados federais que, embora bem-intencionados quanto ao entendimento de que é preciso criar uma regulamentação específica para o setor, têm apresentado propostas que demandam uma maior compreensão da dinâmica das atividades desenvolvidas pela indústria de formaturas.
O regime tributário mais adequado ao perfil de cada empresa foi um dos temas que o público acompanhou com bastante atenção, pois, como as festas de formatura envolvem aspectos como o fluxo de caixa invertido (os estudantes pagam pela festa antes de sua realização) e a contratação de serviços de terceiros, a carga tributária pode corroer os ganhos potenciais. Esse assunto foi explorado pelo advogado Rafael Veríssimo, assessor jurídico da ABEFORM, que atua há mais de uma década defendendo empresas do setor. Durante a evento, ele também apresentou a primeira proposta de um Manual de Ética para Formaturas. A expectativa é de que, à medida que as tratativas em torno da criação do documento avançarem, o Manual se torne uma ferramenta útil para que estudantes e comissões de formatura tenham ainda mais segurança no momento de contratar as festas.
O evento contou ainda com a participação de Flávio Murilo, reitor da Universidade Estácio de Sá, que abordou em sua palestra o futuro da educação no Brasil e os desdobramentos do avanço da Educação a Distância (EAD). “O setor de educação foi o primeiro a parar no início da pandemia e o último a voltar para o presencial”, lembrou. Ele destacou ainda a importância do avanço das ferramentas digitais, como aulas ao vivo, em vídeo/gravadas, estúdios interativos, e que, ao final, toda a conclusão do curso/formatura é um rito de passagem para uma nova fase na vida do estudante e demanda registros/comemorações.
André Chaco, CEO da Fotop, abordou em sua palestra os diferentes processos – e necessidades – que levaram e continuarão levando as empresas a mudar e adaptar os seus negócios, frisando ainda a urgência de se antecipar ao novo. Citando cases como Netflix, Netshoes e Amazon, provocou o público a ousar em suas iniciativas em relação à inovação.
O empresário Ricardo Bonatelli, sócio-fundador do Grupo Nexcom, um dos maiores e mais relevantes grupos de comunicação corporativa do país, foi convidado pela Abeform para tratar de um tema que preocupa companhias de todos os segmentos – os riscos à reputação e a importância de um relacionamento saudável e transparente com os meios de comunicação.
Celso Jr., gerente de comunidades do Rock in Rio, contou com paixão sobre a evolução da construção da marca e o sucesso da criação do Club Rock in Rio. “A ideia é entender a experiência que o cliente espera e surpreender, fazer sempre mais. Com o clube, por exemplo, são oferecidas ações exclusivas para os associados, como acesso ao lounges ou outras atividades diferenciadas”, completou.
Kathyana Garcia, especialista em decoração aérea e instagramável, compartilhou as experiências mais recentes e inovadoras que têm agradado às novas gerações. “Conhecer novidades, entender o que a geração Z está fazendo e querendo, faz toda a diferença”, reforçou. “É necessário atrair e prender o público do início ao fim”.
No último painel com a mediação de Michel Brucce, CEO na Aquarela Fotografias, André Lopes, responsável por mais de 500 eventos e formaturas, Rodrigo Kfuri, Sócio da Pixel House Formaturas, e Davidson Dalcin, co-fundador da Rede Ballroom, debateram a gestão financeira na revolução do mercado de formaturas. Temas como alavancagem, análise de escala com crescimento e expansão, além de pontos de atenção como ticket médio versus custo por formando e margem de rentabilidade do setor foram abordados chamando a atenção para a importância do plano estratégico de cada companhia.
Na avaliação de Biazzo, presidente da Abeform, a Convenção superou as expectativas ao se transformar em um evento para compartilhar conhecimento, informações de qualidade, melhores práticas e, principalmente, criar a oportunidade para capacitação e aprimoramento.
Todos os vídeos serão disponibilizados no canal do Youtube da Associação.
Sobre a ABEFORM:
A ABEFORM é uma pessoa jurídica de direito privado, constituída na forma de sociedade civil de fins não lucrativos, com autonomia administrativa e financeira de caráter representativo no setor de formatura. A partir de valores como ética, inovação, transparência e empatia, a instituição atua com o objetivo fomentar e unir o mercado, bem como toda a cadeira que integra a prestação de serviços de festas de formaturas no Brasil.
A ABEFORM zela pela prática responsável e saudável de empresas do mercado a fim de aprimorar os serviços, profissionalizar o setor e colaborar para a troca de experiências.
